Brincar com tecnologia incentiva criatividade, imaginação, linguagem e coordenação motora. Com bom senso, computador, videogame e tablets contribuem para o crescimento físico e mental dos pequenos.

Será que os brinquedos tecnológicos tão atraentes às crianças são prejudiciais para o desenvolvimento delas? “O computador, a internet, as redes sociais, e-mails, tablets, videogames, máquinas fotográficas digitais, celulares e afins podem ocupar o papel de mocinhos na história”, se questionam a maioria dos pais.

Uma pesquisa de um canal infantil de TV paga feita com 3.750 crianças, entre 6 e 11 anos, apontou: 92% dos jovens procuram a internet em busca de jogos. O resultado é um alívio e um indicativo importante.

“Felizmente nossas crianças buscam o brincar, que é fundamental para o crescimento saudável. E sabemos hoje que o ato independe do tipo de brinquedo, o vivenciar essa experiência é o que realmente conta. Sinal de que não estão querendo crescer antes do tempo como muitos pensam”, comemora o pediatra José Luiz Setúbal, do Hospital Infantil Sabará.

Assim como os demais brinquedos, esses da linha high tech também têm o seu valor para o desenvolvimento infantil: estimulam o raciocínio, a psicomotricidade, a criatividade, a fala, a escrita, entre outros benefícios.

“É por meio dessas vivências que o cérebro da criança vai amadurecendo, as sinapses (trocas de informações entre os neurônios) se multiplicam. Quanto maior o número de sinapses, maior o desenvolvimento motor, cognitivo, psicossocial, afetivo etc”, esclarece.

Por outro lado, um estudo recente com crianças britânicas assusta. Etapas naturais do desenvolvimento infantil estão sendo substituídas por conquistas digitais. Embora 23% das crianças que participaram da avaliação consigam fazer ligações pelo celular, 25% navegar por sites, 48% dos participantes não sabia o endereço de casa ou amarrar o próprio sapato.“Consequencias dos tempos modernos, mas falta de equilíbrio dos pais na hora de educar”, lembra o médico.

Segundo Dr. José Luiz, a falta de bom senso e tempo disponível dos adultos é que tornam esses eletrônicos verdadeiros horrores. “As crianças devem ficar por tempo restrito com esses brinquedos tecnológicos. É necessário agendar espaço para atividades ao ar livre, brincadeiras, conversas com amigos no mundo real, jogos não virtuais, festas, estudo, passeios, tempo com os adultos etc”, enumera.

“Nós, adultos, pais, avós, tios e professores, não precisamos afastar as crianças dos brinquedos tecnológicos, mas aprendermos a usar estes brinquedos para brincarmos juntos ela. E não deixar a criança brincar sozinha interagindo somente com as máquinas ou pessoas virtuais”, conclui.

Ver uma criança de um ano com o dedinho indicador em ação próximo ao computador ou até no celular não é o fim dos tempos. “É assim que constatamos nossa própria evolução. Sem contar que elas adquirem habilidades que outras gerações não experimentaram, como maior facilidade em lidar com linguagens distintas (som, escrita, imagem), exploração de reflexão estratégica (jogos de videogame), senso de inovação, criatividade, entre outros benefícios”, afirma.

Por conta de tantas atrações, virtuais ou não, o fato é que as novas gerações, segundo o pediatra, têm maior capacidade de adaptação. “Podemos comprovar a tese na própria agenda dos pequenos que hoje lembra a de um executivo: escola, inglês, esportes, redes sociais, videogame, lição de casa, festas, entre outras atividades. E, como a maioria das crianças, tira essa turbulenta programação numa boa – melhor do que os adultos”.

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