PAULO SALDAÑA – Agência Estado – 26.06.2013

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Mais da metade das crianças do 3.º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas do País não aprendeu os conteúdos esperados. A situação é ainda pior se forem consideradas apenas as escolas públicas. Em matemática, 70,8% dos alunos não sabem o adequado.

Nas duas redes, uma em cada três crianças não sabe, aos 8 anos, o mínimo esperado em matemática. Assim, apenas 66,7% delas resolvem problemas com notas e moedas e sabem fazer contas de adição e subtração.

Os dados são da Prova ABC, realizada pela organização não governamental (ONG) Todos pela Educação em parceria com a Fundação Cesgranrio e os Institutos Paulo Montenegro e Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). De acordo com os coordenadores da avaliação, os resultados indicam certo abandono do ensino de matemática. Segundo a diretora executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, a Prova ABC adota como modelo de adequação a autonomia do aluno.

“Nosso entendimento de alfabetização vai além de aprender a ler.”, diz. Priscila lembra que os resultados expõem o “berço da desigualdade educacional”. “É fato de indignação ter só metade das crianças com as competências esperadas.”

Desafio

A ONG estipulou como meta que, até 2022, toda criança esteja plenamente alfabetizada até os 8 anos. Uma realidade distante para muitos que estudam em escola pública. Apesar de as crianças não terem bons resultados em leitura e escrita, matemática é o desafio maior.

Conforme a especialista em ensino de matemática Katia Smole, do grupo Mathema, os resultados mostram que os alunos conseguem responder a questões elementares, mas têm dificuldades em conteúdos mais complexos. “É como se fosse um analfabeto funcional em matemática.” Katia aponta algumas hipóteses para o déficit. “Pode haver falta de clareza curricular. Ou, por temer que as crianças fracassem, o professor acaba ensinando o conteúdo elementar.”

A prova foi aplicada em 1,2 mil escolas em 600 municípios. Esta foi a última edição, uma vez que o governo anunciou instrumento próprio de avaliação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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