Like é dinheiro! As marcas usam o like pra medir se a campanha foi bem ou não, e assim o “like” virou a principal métrica de sucesso das coisas na internet, tanto no âmbito pessoal quanto mercadológico.

Pensando nisso, o jornalista Mat Honan fez esse experimento cruel e voltou das trevas pra nos contar como é curtir tudo (TUDO!) o que apareceu na timeline dele do Facebook durante 48 horas.

O jornalista faz uma narrativa completa e detalhada sobre esses 2 dias que você pode ler aqui, mas abaixo eu destaquei algumas coisas que dão a real sobre o Facebook e também alguns insights que surgiram a partir da história dele:

Você já sabe como funciona sua timeline, né? As coisas que aparecem ali não são apenas as atualizações de todas as páginas e posts de amigos, existe um algoritmo poderoso e pesado rodando por trás da rede social que analisa suas ações dentro e FORA (!!!) dela pra garantir que as coisas que mais te interessam apareçam no seu news feed, aumentando assim o seu tempo no site, seu vício no Facebook e, claro, o dinheiro no bolso de Mark Zuckerberg (fundador do Facebook), que consegue vender anúncios extremamente segmentados e (teoricamente) certeiros pra você.

O problema é que esse sisteminha cria o que Eli Pariser chamou de “Filter Bubble” em seu livro homônimo: são filtros de assuntos que te mantém cada vez mais dentro de uma bolha, lendo, compartilhando e remoendo as mesmas coisas, as mesmas opiniões. É uma espiral de mesmice que só serve pra estreitar e, consequentemente, empobrecer sua visão de mundo.

Esse hábito inclusive está gerando um efeito péssimo na sociedade, em que as pessoas falam PROS outros e não COM os outros. Queremos apenas reforçar o que já pensamos e tentar impor isso aos demais e não, de fato, debater e chegar a um denominador comum.

 

E o que aconteceu?

Disse Honan em seu relato que depois de 1 hora curtindo tudo o que apareceu no Facebook (com exceção de um post sobre a morte do parente de uma amiga), sua timeline começou a mudar drásticamente: de repente, tudo o que aparecia era de alguma marca ou de algum veículo tipo Upworthy ou Huffington Post. As pessoas sumiram, principalmente quando ele acessava a rede social do celular.

Outra coisa que ele notou foi que os posts se tornaram políticos e radicais – de extrema esquerda ou direita, nada no meio do caminho. Ou seja, quanto mais você curte, mais super-nichada fica sua timeline. Além das marcas, Upworthy e política, outra coisa que dominou foram os posts idiotas, tipo uma foto de um bebê que parece o Jay Z, um teste do Buzzfeed pra descobrir qual personagem de Titanic ele era e outras coisas do tipo.

É como se ele pegasse todos aqueles posts que a gente odeia do Facebook e fizesse uma timeline só disso: marcas, opiniões políticas radicais e muito lixo. Não me admira que o experimento tenha durado só 48 horas.

Conclusão? Hackear o algoritmo do Facebook mostrou que quanto mais você curte, mais ele te mostra coisas que você não curte.

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